Crescimento de 52% no número de UTIs no Brasil em 10 anos evidencia desafios regionais e sociais

Nos últimos dez anos, o Brasil registrou um aumento de 52% no número de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), passando de 47.846 em 2014 para 73.160 em 2024. Esse crescimento foi particularmente acentuado entre 2021 e 2022, período crítico da pandemia de COVID-19, que ressaltou a importância dos cuidados intensivos em crises sanitárias de grande escala.

Apesar do avanço significativo na disponibilidade de leitos, a distribuição desses recursos permanece desigual em todo o território nacional. Regiões mais desenvolvidas concentram a maior parte das UTIs, enquanto áreas periféricas e menos favorecidas enfrentam escassez desses serviços essenciais. Essa disparidade regional reflete-se diretamente na qualidade e na eficiência do atendimento aos pacientes críticos.

Além das diferenças geográficas, há também uma discrepância notável entre os setores público e privado de saúde. Cerca de 40% das UTIs estão vinculadas a hospitais públicos, o que indica um aumento significativo na última década. No entanto, pacientes atendidos em UTIs públicas frequentemente chegam em condições mais graves, resultado de um acesso desigual aos serviços de saúde. Essa realidade destaca a necessidade urgente de políticas públicas que promovam uma distribuição mais equitativa dos recursos de terapia intensiva.

Fonte: AMIB